sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Capitulo 1 atualizado, e 2 de HUB (vesh, preciso de um nome melhor)

Aqui está ele. Cabei. Não fiz antes por que estou ocupado. Pra falar a verdade, por que o prologo tá aqui também? Eu não mudei nada. Ah, tô com preguiça de remover.





Prólogo: Recordando | Chocolate





Coincidências ocorrem em todo universo, inclusive fora dele – caso alguém tenha explorado além da infinidade do universo, descobriria que não é bem assim –, mas o mais incrível de observar nesse pedaço de infinito seria o rumo dos acontecimentos formados a partir de algo idiota. Da mesma forma que tudo está ligado, tudo está separadamente alterado por si mesmo, o que não faz sentido, mas o conceito é esse mesmo. Mas apenas ver as coisas acontecendo não tem muita graça, então creio que seja mais divertido e interessante ver as coisas acontecendo em função de uma coisa que você fez. É algo espontaneamente glorioso de se ver. Tudo acontece, se liga, se desliga, se conhece, desacontece, faz acontecer, e outras coisas idiotas e legais que esqueci, e tudo por causa de algo pequeno que você fez! Incrível olhar tudo isso. Mas depois de alguns anos universais de espera, hora de ver o fruto de meu trabalho, apenas ver o que ocorreu e outras coisas. A espera foi longa, e necessariamente eu não precisava esperar, mas apenas para criar expectativa, algo que não sentia desde que fiquei assim. Não dá para definir a forma, estado, ou sequer compreender o que conheço como “eu”. Há muito perdi minha noção de tempo, vejo tudo de forma diferente.
Acho que isso é inefável.
Eu sei o que significa, mas não quero lembrar agora. Não quero estragar o momento.
Hora de voltar. Voltar para ver tudo. Tudo que aconteceu (e não aconteceu, etc., etc.)
Ah! O passado do universo, a época em que tudo não parecia ter sentido algum, o que era bom e provocava insegurança... Creio eu que vivi nessa época, ou teria sido antes? Hum... Não tenho que levar em conta só o tempo, mas acho que foi antes. Que comecei isso. Criei aquilo para satisfazer meu desejo de observar. Apenas ver e sentir. Monitorar, observar, e aproveitar o momento. Criei esse habito para satisfazer meu tédio decorrente do que aconteceu comigo. Para um ser que não precisa se submeter às leis chatas da física de todos os universos, o ato de viver se torna tedioso. Pelo menos foi isso que as entidades que são consideradas deuses pelos seres com alma (e sem alma se tiverem muita fé) me disseram. “O universo, tudo o que você compreende como existência, acaba ficando pequeno”. Eu me divirto observando eventos. É interessante. O que eu fiz no tal planeta dos... hã... Humanos, eu acho, foi bem interessante. Uma coisa tão pequena que pôs em jogo toda a existência de um universo e a felicidade de 365 sistemas de certa galáxia dessa realidade. O que fiz o tempo (que não tem muito significado para mim) inteiro foi observar. Nunca perde a graça – se é que tem uma coisa dessas aí. Olhar tudo o que aconteceu com o universo graças a minha interferência. Acho que havia uma coincidência escondida nos meus pensamentos anteriores, mas não quero atrapalhar o momento. Apenas observar.
Muito bem, tudo começou... Com uma lata de refrigerante?
É, acho que foi isso mesmo.
O sabor em questão não era muito importante, já que a dica É Usado Frequentemente Em Vinhos seria uma dica bem obvia, mas diremos assim mesmo. É uva. A forma de como isso começou foi estupidamente inocente, já que supostamente um refrigerante de uva não deve fazer muita coisa em relação ao universo. Devia. Se conhecermos o universo bem (ou não), podemos afirmar que: qualquer coisa pode desencadear qualquer coisa; e nenhuma coisa pode desencadear nada.
Mas o que esse refrigerante fez? Foi bem simples, ele teve seu preço aumentado. Algo relativamente comum, já que o planeta e realidade de onde esse refrigerante estava tinha humanos. Naquela realidade, os humanos eram impossíveis de serem descritos por qualquer outra raça na galáxia que não tenha avançado na física o suficiente para viajar entre realidades – claro que contava também se eles tinham vontade e/ou curiosidade suficiente para descrever os humanos. Mas eles em si descreviam o universo onde eles estavam. O universo onde eles estavam (podemos usar quando eles estavam, por que eles estavam, mas não há regra gramatical que me impeça de apenas falar onde) tinha regras bem estupidas e restritas, sem falar do fato de que o universo em questão é feito de equilíbrio – coisa inútil para um universo como aquele – e ao mesmo tempo, de inconstância. Humanos buscam o equilíbrio (que para eles é sinônimo de inalcançável), porem são inconstantes, principalmente sobre o que fazer da vida. Completamente indecisos, mas equilibrados. Algo assim.
De qualquer forma, o preço dessa marca de refrigerante de uva subiu, o que eu meramente fiz, e deixei o resto  acontecer, e agora estou vendo o resultado. Os motivos não são muitos precisos já que eu simplesmente determinei que o preço subisse sem especificar as causas disso. Mas isso alterou em muita coisa. Começou 67,52 segundos após o preço subir.
Graças à subida do preço, uma criança ficou irritada aos seus pais dizerem que não iam comprar por que não valia a pena. Isso foi no aeroporto. E era um domingo. A família estava abandonando aquele país gelado da América do norte, e foi tirar umas férias no caribe. Como a criança ficou emburrada durante o voo, os pais lhe deram uma bronca quando chegaram ao destino. Graças a isso, acabaram chegando 2,25 minutos atrasados, o que causou algo interessante: coincidentemente uma anomalia espaço-temporal estava dando um passeio por ali, e a probabilidade de alguém a encontrar é a mesma de você encaixar a ponta de um cabo USB no computador sem olhar e sem errar no mínimo 2 vezes – não que seja difícil acertar de primeira, na verdade, a chance é de 50%, porem as pessoas tem em suas mentes de que isso é quase impossível – e acabam colidindo com ela, o que causou perturbações na mesma,  alguns traumas com espirais, e uma obsessão por queijo.
Pelo menos eu acho interessante.
Mas o resultado disso foi que essa anomalia criou outra realidade.
Essa realidade era no mínimo, diferente da realidade onde o preço do refrigerante de uva subiu – por enquanto, chamaremos a realidade do refrigerante de “L1H” e a outra de “L6H”, e creio que o motivo de eu chama-las assim se revelará em breve. Os humanos de lá eram, quase, mas nem tanto, iguais aos humanos da realidade L1H. Os detalhes virão depois, tenho certeza. E tinha uma coisa por traz do motivo da anomalia estar vagando pela L1H, envolvendo algo com a palavra centro. Mas certamente chegaremos lá com o tempo.
Essa realidade foi criada a partir de mesclas de várias outras quase aleatórias. E vai causar muitos problemas em breve.
Foi assim que tudo, ou melhor, é assim que tudo vai começar.
Especificamente, o surgimento repentino dessa realidade influenciou em um sonho. O sonho era bem estranho e chato. O sonho tem dono. É um rapaz que vai desejar nunca as segundas terem existido (e logo depois, as uvas também. Claro, o aumento do preço era culpado de iniciar tudo isso, e outra coisa também).
 E Então...

– Não, pera, pare ai mesmo.
– O que é? Não gostou da história? Sabe, eu tento fazer ela ficar mais explicativa ou...
– Não é isso, você tinha falado que tinha algo interessante para nos contar, que viu algo incrível.
– Isso mesmo – fala o cara a minha direita.
– É que você tinha dito... – prossegue o cara a minha frente.
– Hã?
– ...Que era uma história verídica – logo após a pausa, percebo o que acontece na mente deles.
– É sim, estou contando agora pra vocês o que eu vi.
– Não sabia que vocês era deus.
– Ah, isso...
– Se você realmente presenciou tudo isso, pelo menos fale a verdade.
– Bem, eu... Não, não sou deus, eu apenas... Tinha uma calculadora bem grande, uma espaçonave capaz de viajar entre o tecido quadridimensional dos eixos de probabilidade, e calculei a probabilidade do que poderia acontecer caso eu mexesse nas contas bancarias de uma empresa de refrigerante, e descobri que em uma dimensão um monte de coisa aconteceria caso eu fizesse isso, logo, eu fui para lá e fiz o preço do refrigerante de uva aumentar, e foi assim que tudo aconteceu. Estou contando a vocês o que supostamente vai acontecer em algumas horas.
– Oh, o computador calculou?
Eles olhavam abismados.
– Tu-tudo...?
– Toda a cadeia de eventos de varias múltiplas realidades causadas por um evento insignificante e singular? – perguntava outro.
– Exato, e agora contarei tudo a vocês. Tem bastante coisa. Adoro este universo.
A roda de amigos (que agora estavam no estabelecimento de chocólatras anônimos, um clube no qual eu participo frequentemente) se agita. Tínhamos reunido todos, e agora eu contaria uma historia magnifica, enquanto comíamos barras de chocolate roubadas da Terra da dimensão L34H. Pra falar a verdade, eu não vou contar a eles. O computador irá mostra-los.
– Podemos começar? – pergunta um.
– Claro. Vamos ver o que vai acontecer, de maneira bem legal. Eu acho.
Aproximo-me do computador. Antes de dar Play no vídeo emulado pelo poderoso computador que desenvolvi por anos, parei para pensar durante alguns segundos. Penso, e o resumo seria “Não. Melhor não. Claro que não preciso fazer isso”.
Dei o Play no vídeo emulado pelo computador.
Volto a sentar junto com os colegas chocólatras.

Penso no que eu havia pensado antes.
Eu tinha pensado que talvez minha interferência nessa dimensão cause muitos problemas. E talvez pensasse que seria melhor voltar no tempo e espaço para dar uma bronca comigo mesmo e cancelar isso tudo. Não. Melhor não. Claro que não preciso fazer isso. Não preciso me preocupar. Não vai acontecer nada aqui. Nesse momento fiquei de saco cheio de tanto pensar na palavra não. Eu tinha viajado muito pelo espaço. Depois avancei pelo tempo. Logo após isso, o tempo-espaço. Aí as coisas perderam o sentido, embora sempre fosse assim, já que tudo perdia o significado cada vez que eu avançava por um novo plano de eixo da realidade. Mas agora eu estava ali, reunido com todo mundo dos velhos tempos. Naquela época gloriosa, quando o espaço ainda era grande, o tempo muito extenso, e a vida muito... Bem, acho que o “inefável” age agora. Mas o que a vida tinha de especial, era sua incapacidade de ter significado. Era algo magico. Agora estamos aqui. As coisas são pequenas, e a vida muito grande.
Aliás, não posso voltar no tempo para dar uma bronca em mim mesmo. Da ultima vez que fiz isso (ou tentei fazer), acabamos (eu e ele, que também é eu) brigando, e depois ficamos bêbados e não resolvemos nada.

Vamos assistir e ver o que acontece.

Mas logo eu levanto e coloco no avanço rápido para chegar à parte onde eu estava contando para eles. O som surge. E a imagem... Bem, não foi possível definir se ela veio antes, depois o ao mesmo tempo do som, mas tenho certeza que a mesma estava bem segura do sincronismo entre ela e o som.

Especificamente, o surgimento repentino dessa realidade influenciou em um sonho. O sonho era bem estranho e chato. O sonho tem dono. É um rapaz que vai desejar nunca as segundas terem existido (e logo depois, as uvas também).”
“E Então...

domingo, 11 de agosto de 2013

é neh... de volta ao trabalho. (letras de sangue)


 opa ( ͡° ͜ʖ ͡°), como vai galerinha? eu vou bem obrigado! de volta ao trabalho aqui, desculpem-me por minha demora, mas eu estava passando por uns probleminhas pessoais, agora esta parcialmente normal, ainda to meio.... ah ja deve ter dado pra entender, mas como meio de me redimir amanhã eu vou lançar as primeiras 30 pag do letras de sangue em PDF, pra facilitar o povo de ler, e aqui vai os cap 6 e 7 do lentras:



Palavra seis: duvida

Eu havia voltado varias vezes para aquele lugar, em busca de alguma resposta, mas eu não encontrava nada alem de muito sangue espalhado no chão, desde aquele dia o Jason não falou nada, a Alexie, ela não mudou, continua curiosa como sempre, ainda me pergunto pelo que ela passou...
Não sei o que dizer, só sei que estou muito confuso, as palavras continuavam a ecoar em minha mente, minha duvida não se apagava, e eu tinha visto algo que não era tão anormal, que não era fora do comum, mas eu só tinha visto em uma pessoa ate hoje, – irrelevante, é impossível, isso com certeza absoluta é impossível –  eu repetia e repetia, mas não, eu estava errado.
Sejamos realistas, tudo que eu passei desde o incidente do “atropelado” deveria ser classificado como impossível, mas aconteceu, eu não sou comum, nenhum de nós é, mas isso agora não tinha importância, era isso ou esperar pacientemente pela morte iminente, mesmo com tudo isso ainda passeava pela minha cabeça algo – como ninguém, em toda essa cidade avia notado o massacre do prédio preto? – essa cidade não era normal, assim como nós todos.
Dor de cabeça, era isso que eu sentia, já estávamos a tempo demais nesse lugar, mas mesmo assim, nada, eu não tinha nada, só um monte de duvidas, eu não iria perder a esperança, já devia ter perdido, mas não perdi, talvez nos  seres humanos, nisso tudo que me cerca, ocorria morte atrás de morte, o tempo todo, em todo lugar de todas as maneiras imagináveis e inimagináveis, – então é isso? É aqui que todos nós vivemos? – é, sim nós vivemos nesse lugar, todos nós.
– vamos fazer o que agora? – eu perguntei a meus “companheiros”
– ... – ficou calada a Alexie
– eu... não sei... só não sei... – respondeu o Jason, que já parecia outra pessoa, sem entusiasmo, somente uma feição triste em meio às olheiras que aviam se formado em seus olhos.
– então vamos embora daqui, não temos mais o que fazer, temos? – perguntei
– não podemos ir... – disse ele enquanto apertava os olhos.
– porque não?
–não podemos, só não podemos entende?! – respondeu ele mais alto, quase gritando
– estamos presos aqui por acaso?!
– SIM, ESTAMOS, NÓS NÃO PODEMOS DEIXAR ESSE LUGAR ATÉ QUE!... – ele grita enquanto se levanta.
– ATÉ QUE O QUE?! – grito eu também.
– ate que você a encontre... Só podemos ir quando você achar ela... – ele fala abaixando o tom da voz enquanto se senta.
– ela quem? Eu não sei quem é, você ainda não entendeu isso? – falei quase com lagrimas nos olhos.
– sua mãe... –responde ele em tom baixo.
– mas ela esta morta...
– não – levanta a Alexie – não esta...
– ...
A discussão havia por ter acabado ali, mas ainda restavam duvidas, duvidas... sempre elas, em tudo que eu faço, as duvidas estão sempre me acompanhando, é uma maldição, ou só mais uma das muitas peças que o destino gosta de pregar.
Eu ainda estava confuso quanto à situação, mas pelo menos eu tinha uma resposta, e ela segui meu maior medo – então ela era minha mãe... – sim, segundo eles era ela, segundo as palavras ela era também, só me restava achá–la.
Achá–la, eu tinha que procurá–la – mas por onde procurar? – eu me perguntava, era uma cidade muito grande, tinha muita gente, e poucas pistas...
– luzes – falou a Alexie – esse lugar realmente tem muitas delas...
Eu não conseguia entender o que ela tinha com luzes... Então ele falou:
– ela é cega, mas enxerga
– errrrr, e o que isso deveria significar?
– ela vê luzes, ela sente as pessoas, objetos... Ela enxerga pelo corpo, ela vê as almas, as esperanças, e os desejos das pessoas... – explicou
– será que?...
– será que, o que?
– não, não posso fazer isso... – falei enquanto eu abaixava a cabeça.
– fazer o que? – perguntou a Alexie enquanto se levantava – oh, entendi... Se é isso que quer... eu farei
Então ela foi ate a janela, estendeu o braço ate o vidro, colocou a mão levemente nele, e fechou os olhos, tudo começou a ficar escuro, desde o céu ate mesmo as lâmpadas do quarto, e eu as via, em toda parte junto com minhas próprias paranóias, as luzes, todas brancas, eu conseguia sentir as esperanças, os medos, os desejos, e as ambições de todos eles. Mas tinha uma estranha, uma luz que combinava com as letras amarelas, era ela, mas algo, além disso, era estranho, eles tinham luzes diferentes, assim como eu.
– chega... – falei – já sei onde está...
– então vamos, estamos sem tempo a perder! – disseram eles juntos.
Nós fomos, eu tinha visto a luz na região oeste da cidade, era uma zona exclusivamente industrial, haviam poucas pessoas, então era mais fácil procurar pela palavra amarela, bem, não tão fácil, parecia que ela não existia, a quantidade de fabricas, os prédios, a fumaça, como eu detestava esse cenário onde ate o céu era cinza, mas era necessário, e continuamos a procurar, mas ela se escondia bem, estava escondida a quinze anos, eu não esperava menos, mas continuamos a procurar, juntos, prédio por prédio, rua por rua, mas não achávamos nenhuma pista.
– tem certeza que a viu aqui? – pergunta o Jason em meio a fadiga causada pela fumaça.
– sim – respondo.
– ...
O dia foi passamos e nos cogitamos a idéia de ela já ter saído dali, era uma possibilidade, mas nesse momento algo me veio a cabeça:
– Jason, melhor Sr. Calmmind, como você fez?
– porque a formalidade? E como eu fiz o que? – respondeu com outras duas perguntas.
– como a achou na primeira vez? Como sabia que ela estaria naquela área, daquele prédio, naquele exato momento?
– ... – ficou calado.
Ele não respondeu imediatamente, parou, olhou em volta, pegou um barril de madeira que estava na entrada de um dos becos, sentou, suspirou, olhou para mim, a Alexie falou:
– vai contar? Tem certesa que isso é uma boa idéia? Você acima de todos sabe do que ele é capas, esta certo disso?
– sim... eu sei... mas isso não é importante agora... – respondeu ele de cabeça baixa – você gosta das duvidas não é amigo? – falou ele sarcasticamente.
–oh... sim, elas fazem parte da vida de todos, inevitavelmente todos temos duvidas...– falei sem notar o sarcasmo que ele usava
– nós, como você já deve ter percebido não somos normais, mas nem sempre as coisas foram assim, você lembra–se de algo de quando tinha cinco anos? Ou antes disso?
– agora que você falou, não, nada, mas isso não é importante não é mesmo? É normal...
– não você não se lembra de nada, pois ate esse tempo você, não necessariamente, “existia”... nenhum de nós existia.
– huh? – eu não entendia, – como assim? – eu me perguntava.
Continuamos, nós conversamos, ele me explicando, apagando uma por uma muitas de minhas duvidas, eu descobri u porque de muitas coisas, mas não era o suficiente, minha mente sempre arranjava mais duvidas, sempre encontrava meios de me atormentar com mais e mais duvidas, dividas, que dessa vez não iam se encontrar com suas respostas...




Palavra sete: tempo

Antes:
Isso, é meu passado, quando eu não entendia tudo a minha volta, nem aquilo que estava dentro de minha cabeça, somente as via, as lia e as ignorava, as palavras, somente era uma criança, que não se lembrava de nada, somente lembrava–me de um rosto, um conjunto de palavras: “Catherina R. Coldsoul” ou somente mãe...
Não sei muito dela, meu pai nunca me falou muito dela, mas isso não era nada, ela morreu quando eu tinha completado cinco anos de idade, eu era muito novo pra entender o que se passava, ou era muito novo pra ouvir a realidade, mas eu tinha companhia, elas que nunca me largaram, ou eu que nunca as larguei, as palavras, que me ajudavam em tudo, das coisas mais fúteis ate as mais complexas.
Eu tinha sete anos quando me mudei para o Canada, uma escola nova, um novo idioma, se bem que meu pai só falava em inglês comigo o que facilitou a minha vida, e as palavras me davam as traduções... Era útil, muito útil.
Fui uma criança tímida, na verdade somente tive dois amigos em toda minha vida, depois temos o vermelho, e é coisas, mas no passado eu não precisava entender nada, sempre tinha tudo na minha frente, ou atrás de mim, o tempo todo, todas as respostas...
Escola, escola... Acho que já falei dela não é mesmo? Algo com “tortura e futuro”, mas deixando isso de lado, eu somente tive dois amigos toda a minha vida, Milianna Loonely e Eric, só Eric, nunca me dei ao trabalho de gravar o nome dele, eles eram meus únicos amigos, as únicas pessoas, alem de meu pai em que eu compartilhava um mínimo de apresso, e era retribuído, algumas vezes não da maneira que eu esperava, mas eu era, e isso era suficiente.
 Eu os conheci quando completei treze anos, não, na verdade já os conhecia há bastante tempo, mas a amizade só começou com treze anos mesmo, foi em um zoológico:
– ei! – gritou uma garota que não era estranha, mas era estranha ao mesmo tempo.
– ah, eu? – perguntei.
– sim, você! Eu te conheço da escola não é? – perguntou ela enquanto andava em minha direção.
– uh, eu? Acho que sim – respondi.
– Alfred, Alec...
– Albert, sou Albert – ajudei–a
– sim Albert, você sabe onde fica a área dos leões? – perguntou ela.
Eu não sabia, EU não sabia, mas pra variar elas tinham a perfeita noção de toda a área da cidade... Então simplesmente apareceu no chão um grande “nessa direção” e uma seta apontando para o lado certo, e eu somente confiei nelas...
– hummm, é pra lá – falei enquanto apontava para a direção da seta.
– então vamos! – falou ela enquanto segurava minha mão, como um perfeito sem atitude eu fui – ah meu nome é Milianna.
No meio do caminho, em meio à correria, meu boné caiu:
– ei! – gritei.
– que?
– meu boné, ele caiu espera um segundo!
– ah okey então – falou ela enquanto parava.
Eu voltei pra pegar meu boné, só alguns passos, só tinha medo de que alguém o tivesse pegado, e bem, foi o que aconteceu, mas por sorte eu o vi pegando:
– OU! VOCE AI COM O BONE!
– huh? Quem eu? – perguntou ele na cara dura.
– sim... Você!
– você quer o que?
– meu boné oras!
– ah isso, toma – é incrivelmente existe uma pessoa boa nesse mundo...
– obrigado – agradeci a obvia bondade dele...
– de nada, você não é o Alfred da escola?
– Albert, é Albert, e sim sou eu – respondi, mas eu nunca tinha visto ele antes, ou só não me lembrava dele, então mais uma vez apelei para as palavras, tentei olhar o mais discretamente e rápido possível para a testa dele, somente vi Eric, então seria isso! – e você deve ser... Eric certo?
– oh sabe o meu nome, primeira pessoa que lembra dele, valeu!
– nada – respondi – mas eu tenho que ir, tem gente me esperando...
– ah, nesse caso eu vou com vocês – falou ele na cara dura mais uma vez, e realmente veio...
Então nós fomos ate onde a Milianna estava esperando, ela já estava sentada em um dos bancos, quando me viu ela levantou o braço, acenou e gritou:
– aqui!
Eu fui ate lá, com ele me seguindo, e nós fomos pra jaula dos leões. Ela me perguntou quem era, eu simplesmente falei o que aconteceu, e nos fomos em frente.
Engraçado não é, o passado era tão pacifico, era tudo tão simples, e isso só faz três anos, eu estava junto a essas pessoas a pouco tempo atrás indo a escola, estudando, comendo dignamente, usando a internet, a vida normal nunca tinha parecido tão boa para mim, só agora percebo o quão bom era ela.
O futuro realmente é algo que nos devemos respeitar, que devemos ter cuidado, uma vez que pode acontecer qualquer coisa com qualquer pessoa, a qualquer momento, em qualquer lugar, o futuro é a única coisa que nunca teremos certeza, bem pelo menos é o que acham...
 Depois:
O tempo e o espaço se curvam diante de minha vontade, o futuro para mim não é um mistério assim como o passado, tenho todas as respostas, todas as duvidas, tenho toda a capacidade, não sou nenhum deus, não sou nenhuma divindade, somente sou a palavra...
Mas uma duvida elas não conseguem responder, uma duvida que a resposta não existe.
Eu vi, em minha frente tantas pessoas, outros gritavam em meu ouvido, tantas pessoas, tantas luzes, tantos sentimentos, tantas palavras, tantos pensamentos, estava tudo muito confuso, tudo muito obscuro, era o stress, o cansaço e a exaustão e a duvida todas juntas em um show em minha frente como se fossem fogos de artifício.
Eu não suportava aquela dor, a procura já não me abandonava, como pode ela sumir tão rápido? – Quer sumir? – eu pensei – então que sumam todos! – falei com os olhos fechados, talvez mais um de meus muitos erros, ou não, eu abri os olhos e vi, melhor, não vi, nada, não tinha nada, nem pessoas, nem cidade, nada, somente um gigantesco deserto...
Como isso veio a acontecer, eu não sei, se isso era possível, vi agora que sim, – o que sou eu?... – eu me perguntava, mas essa era uma duvida cuja resposta eu não tinha, humanos eu não era, pelo menos isso eu sabia agora...
Agora:
– nós três nascemos no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo lugar e com o mesmo propósito... – concluiu ele.
– ...
– não era para você ter falado – falou a Alexie.
        – calma, eu sei como isso vai acabar...






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