Palavra quatro: desespero
Eu
já estava viajando a quase três dias, ainda não tínhamos feito nenhuma parada,
- onde diabos ele esta indo? – comida eu tinha muita, mas água, água, nossa ate pensar nisso me dava sede.
- onde diabos ele esta indo? – comida eu tinha muita, mas água, água, nossa ate pensar nisso me dava sede.
-
Tem água ai? – eu perguntei na esperança de que ele tivesse
-
Não, mas agente vai fazer uma parada pra descansar no próximo posto de
gasolina, ele esta a uns vinte quilômetros, serão só trinta minutos para
abastecer então aproveite, até lá tente se distrair – falou ele com tom de
sarcasmo.
Como
uma distancia tão curta, poderia se tornar tão longa? Como? Talvez fosse a
distancia, que realmente não era tão curta como eu imaginava, talvez fosse a
sede agindo em meu psicológico, agindo me deixando em estado de desespero, ou
fosse eu, nesse momento veio muita coisa em minha mente, muitas memórias
voltaram, mas ainda fracas, eu havia por esquecer de muita coisa durante esses
pequenos três dias, - meu pai tinha
morrido, morrido bem perto de mim, talvez eu pudesse ter salvo ele, talvez... –
O
caminhão continuava andando, em uma estrada que parecia inacabável, continuava
em frente, e eu ficava cada vez mais incomodado, com minha cabeça e com minha
garganta, parecia que aquilo nunca iria terminar, mas algo chama minha atenção
- atropelado – de novo aquilo vinha para me assombrar, eu forcei meus olhos e vi, bem longe em vermelho no corpo dela, era uma garota estranha por sinal, era pálida, loira e estava de vestido, um vestido branco, o vermelho se destacava bem no corpo dela...
- atropelado – de novo aquilo vinha para me assombrar, eu forcei meus olhos e vi, bem longe em vermelho no corpo dela, era uma garota estranha por sinal, era pálida, loira e estava de vestido, um vestido branco, o vermelho se destacava bem no corpo dela...
– ... – eu tentei falar, mas a sede não
deixava, e minha voz não chegava ate o motorista, então fiz o que eu tinha que
fazer, não iria deixar ela morrer, mas a morte iria me perseguir disso eu já
sabia, então eu o fiz, estiquei me braço ate o volante e virei, o caminhão
passou direto por ela, andou mais uns trinta metros, e tombou, vidro voou em
minha cara, só deu tempo de eu ver duas coisas, o homem ao meu lado com os
olhos fechados e a palavra de morte de se peito mudar para esmagado, o caminhão
continuou se arrastando o homem sem cinto voou pela janela e caiu no asfalto, o
caminhão passou por cima dele, ele não teve tempo de pensar, não teve tempo de
reagir, somente morreu.
Os
escombros do caminhão estavam espalhados pelo chão, assim como um rastro de
sangue de um homem morto, só me restava sair dali, então o fiz, peguei uma faca
na minha mochila e cortei o cinto, sai pela janela do caminhão que agora estava
de lado,
Sai,
olhei para os dois lados, vi a garota de branco que não demonstrou nenhuma
reação com o que avia acabado de acontecer, então resolvi me aproximar, e fui,
ela estava parada ali, olhando para o mesmo lado, como se nada tivesse
acontecido.
-
você esta bem? - perguntei, ainda estava meio longe.
-
ahn? Disse algo? - respondeu ela, a voz era meio fraca, acho que ela tinha sede
também.
Então
eu cheguei mais perto e me surpreendi, cega, ela era cega, dava pra ver em seus
olhos cinza e sem vida, ela tinha um olhar quase esperançoso, como ela tinha
chegado aqui, isso era uma duvida que nem ela sabia responder, no meio do nada,
estávamos no meio do nada, segundo o falecido caminhoneiro se continuarmos em
frente chegaríamos a um posto de gasolina.
-
esta com sede? – perguntei, não tinha outra pergunta se não essa afinal, eu
também tinha sede.
-
sede? Sim, onde eu estou? Eu estava andando e percebi que não tinha mais
nenhuma luz a minha volta – falou ela, primeiro eu não entendi, mas com o tempo
isso mudou. –
-
então venha comigo, vamos em frente logo chegaremos em algum lugar
-
sua luz é estranha, não é igual às outras... – de novo ela falou de luzes, eu
ainda não entendia. –
Então
fomos, andamos em frente sempre seguindo a estrada – impressionante como o caminhoneiro não pairava mais em minha mente,
estranho como a morte não me afetava mais – e fomos continuamos a pé por
mais quase uma hora, e finalmente o avistamos. Aquele posto que parecia nunca
chegar, finalmente eu poderia beber água...
-
vamos, mais rápido, estamos quase lá – falei eu com a voz fraca, mais muito
empolgado, quase chorando, mas não tinha água no meu corpo pra fazer as
lagrimas saírem.
-
oh, certo, vamos! – disse, e nos fomos, tentando correr, mas não dava.
E
fomos, em frente, sempre em frente, e chegamos, finalmente havíamos chegado,
aquele tão distante posto de gasolina, acho que eu nunca havia ficado tão feliz
em ver um, nos seguimos, ate ele, e em pouco tempo nos chegamos, a primeira
coisa que eu fiz foi procurar uma torneira, uma mangueira, qualquer coisa que
pudesse me dar água, eu achei uma torneira, abri, á o liquido glorioso, a fonte
de toda vida em nosso planeta avia saído daquele cano de metal meio
enferrujado, nem o gosto da ferrugem tirava o alivio que eu sentia aquele
momento.
Agora
ela, ela precisava de água também, ela estava parada de novo, com a acara
virada para o nada, olhando para o horizonte, como se estivesse esperando
alguma coisa, ou alguém, mas eu fui ate ela, cheguei perto e me surpreendi
-
como vai? – disse ela sem nem ao menos virar para mim, como se já soubesse que
eu estava lá.
-
errrr, bem, vou bem... – falei ainda meio confuso – quer água? – perguntei a
ela.
-
oh, sim claro – respondeu ela sem muito alarde
Então
a levei ate aquela torneira, abri minha mochila e peguei uma xícara, enchi de
água e dei para ela, ela bebeu, bem devagar, terminou e me entregou a xícara,
eu não tinha muita idéia de para onde ir agora, eu não tinha um mapa, então era
seguir em frente sem rumo ou esperar outro caminhoneiro passar foi quando veio
a surpresa:
-
vamos seguir a estrada, deve ter uma cidade em alguns quilômetros - ela falou,
primeiro eu não entendi, mas resolvi segui-la, não tinha nada a perder mesmo.
Então
nos fomos, continuamos em frente, seguindo a estrada, em um sol escaldante, mas
dessa vez eu estava preparado, eu tinha água o suficiente pra não ficar naquele
estado de novo, e fomos andando, estranhamente eu seguindo ela, uma cega, no
meio do nada, mas uma coisa não mudava, as palavras, elas continuavam narrando
tudo a minha volta, de cada grão de areia que se movia, ate os abutres voando
acima de nós.
-
já devemos estar bem perto, as luzes estão fortes agora – de novo ela com essa
de “luzes” por um momento eu achei que ela era mais louca que eu...
Mas
nos seguimos em frente, continuamos andando por mais algumas horas, acho que
foram duas, talvez três, e me surpreendi, estava lá na minha frente, já era de
noite, bem grande e iluminada, era uma cidade, uma cidade, - como ela sabia?- eu me perguntei, isso era impossível, ela é
cega, tinha algo errado com ela, assim como tinha comigo.
-
FINALMENTE! - falou alguém ao nosso lado, era um garoto, com minha idade eu
acho, era estranho - sabia que seguir vocês me levaria a algum lugar! – gritou
ele de novo.
-
errrrr, quem é você? Desde quando você esta nos seguindo? Melhor, porque você
estava nos seguindo? – eu perguntei, meio confuso na hora.
-
sem perguntas Sr. Coldsoul, estou aqui pelo mesmo motivo que você – disse ele,
eu continuava confuso quanto a esse, bem digamos rapaz.
-
como você sabe meu sobrenome? – perguntei aflito, isso era impossível, que eu
saiba só eu conseguia fazer isso.
-
da mesma forma que você – falou ele com uma voz um pouco mais calma
-
tudo bem, Sr. Calmmind certo? - Respondi em tom de sarcasmo
-
exato, agora vamos, nos todos temos assuntos a tratar nessa cidade – disse ele
um pouco mais determinado, eu não entendia, mas mais uma vez eu não tinha nada
a perder...
-
huh, eu também? – falou a distraída, garota loira.
-
sim Sra. Lightbody, TODOS significa todos – repetiu ele com mais ênfase –
coisas grandes estão a acontecer, bom, pelo menos... – nesse momento me pergunto se ele parecia ser tão sabido do que
exatamente estava acontecendo aqui – eu acho que vai acontecer.
Eu
sentia que isso não ia acabar bem, mas era tudo que eu tinha para fazer, decidi
ir junto a eles, talvez assim eu esquecesse as coisas que estavam a acontecer
nesse breve passado, talvez assim eu viesse a entender o porquê de tantas
coisas, mas minhas escolhas nunca foram boas, e isso continuava a acontecer, eu
iria enfrentar mais do que a duvida, ia sentir o peso do medo...
Eu
estava em um lugar novo, seguindo pessoas que eu mal conhecia, - qual as chances disso dar certo? – eu
me perguntava, estranhamente eram muitas...
end--
Francismar: Muito louco mano, tá muito massa mas... Esse seu word tá bugado na hora de corrigir as palavras, vou consertar esses erros gramáticos pra ti.
Ah, qual o problema de ter erros de gramatica? Dá pra entender, não?
Francismar: Ok, então não conserto, exatamente a resposta esperada, agora vou voltar a escrever. E a 1:41 sai o capitulo 1 de HUB!
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