Mim ser par, ele ser impar!
Eu fiz isso em um novo post pra deixar a versão original lá. Essa mudança não vai fazer muita importância (lol, rimou), mas é um pouco mais complicado do que parece.Aqui vai o capitulo consertado:
Dimensão Um: Segunda-feira e Percepções
Nome? Kevin Steve. Idade? 15 anos, acredito.
Local? &%¨¨%+.
Situação atual? Aceleração constante em linha reta na calçada direita à
rua £¨%@#*.
Destino? Escola, mas antes, uma lojinha onde eu possa comprar um refrigerante.
Motivação? Tempo, basicamente (embora eu não soubesse que tempo seria um dos
principais motivos de eu ter feito várias coisas importantes no futuro. E no
futuro também, que no ponto de vista do tempo onde estou agora, vai ser
passado).
“Droga, droga, droga!”
Graças a esse relógio com um despertador defeituoso que não
conseguiu me acordar, estou correndo feito um louco até a escola, pois o
dispositivo de som era extremamente defeituoso também e não conseguiu me
acordar de um sonho estranho. Para uma segunda, as coisas estão muito pouco
piores. Normalmente ocorrem desastres para mim na segunda, muitas relacionadas
à palavra tédio, e outras com a palavra sono, certas
vezes chegando também à preguiça. Esse tipo de coisa. Bem normal. E
os desastres. Bem comuns também. Tudo que tem chance de dar errado vai dar
errado da pior maneira possível. Isso acontece bastante nas segundas.
O frio da manhã só fazia me atrasar. Minhas mãos tremiam, e
provavelmente hoje ia chover, o inverno ameno e chuvoso daqui era um pouco
diferente do resto da Colúmbia
Britânica. O inverno da cidade parecia ter sido criado para me matar de
frio nas segundas. Continuava a correr, mas em um ritmo mais lento. Logo chego a
uma parte da calçada onde era possível ver bem de longe o delta do rio Fraser
junto a outra cidade. Paro e olho em direção ao horizonte.
Respiro forte, e continuo olhando. Finalmente digo:
– Droga, as luvas.
Eu ia pegar um refrigerante gelado nesse frio sem luvas.
Comecei a considerar beber o refri quente. Não. Então bebê-lo na escola, em
segurança daquele ar quente. Perfeito.
Volto a correr.
No caminho eu teria de parar em alguma lanchonete e comprar
um refrigerante por que é um meio que ritual que eu faço para me acalmar nas
segundas. O refri era importante. E tinha que ser de uva. Pensando bem, posso
pegar em uma maquina que é mais perto e posso desperdiçar menos tempo, embora
talvez não tenha o refri que eu quero. Eu realmente preciso dele.
Mas também não posso chegar atrasado por que o professor chato de ciências é
muito pontual, e nunca faltou nenhum dia, até mesmo quando nevava, chovia
muito, quando ocorreu um pequeno incêndio no prédio ao lado ele não faltou.
Então pressuponho que seria uma regra do universo ele não faltar.
Aliás, eu precisava do assunto da prova.
Acabei perdendo tempo nas aulas dormindo, pois no ultimo mês
eu tive um desregulamento no meu relógio biológico, graças a uma insônia
infernal. O sonho estranho também pode estar por trás disso, mas só o tive
hoje.
“Muito bem, metade do caminho percorrido!”
Viro na esquina e ando 3 metros e chego a maquina de
refrigerante, e começo a procurar o refrigerante sagrado.
“Cadê?! Cadê ele?!”
Havia uma. Apenas uma. Incrível sorte. Agora, colocar as
notas e...
Aumentou o preço. Aumentou em 30 ¥. Graças a esse aumento
súbito do refrigerante eu não vou poder comprar, eu tenho meu dinheiro contado.
A loja é no final do caminho, e não tenho garantia se vai ter ou vou poder
comprar, e não quero voltar o caminho todo.
Olho para o relógio. Oito e 27. Se eu correr mais rápido do
que um atleta olímpico acho que consigo chegar à escola a tempo.
Logo depois estou novamente correndo.
Olho para o relógio de novo. Oito e 29.
“Vai dar tempo, vai dar tempo...”
Consegui chegar a maquina em uma velocidade que daria inveja
até em certo ouriço azul de sapato vermelho que corre. Aproveitei e peguei as
luvas. Com o resto do dinheiro – que são apenas sobras, já que minha mãe é
muito pão-duro, e tenho que lutar pela minha mesada por um lanche decente –
insiro na maquina e vejo o numero e letra do refrigerante de uva. Não estava
lá. Vejo pelo reflexo do vidro que tem um homem que acaba de atravessar a
rua com uma lata de refrigerante de uva na mão. Olho para o relógio. São oito e
meia.
Já na escola, são oito e 32.
Nesse momento eu estou um pouco deprimido e andando em
direção à porta da sala. O ambiente escolar era bem limpo, clareado, e quem
ousasse sujá-lo teria de enfrentar as consequências pelo senhor da limpeza, que
sempre andava por aí, checando o brilho das paredes e do chão (e dando algumas
encaradas com quem estava comendo algo no corredor, o que já é perigoso fazer).
Teto azulado, chão cinzento, quadros espalhados por aí que eu nunca soube a
função. Esse ambiente me deprime. Não tinha nada de interessante. Pelo menos
nas segundas.
Abro a porta da sala.
–Licença... Desculpe pelo atraso...
–Kevin. Já é a terceira vez que chega atrasado.
“Mas já estamos no meio do ano... Quem nunca chegou atrasado
3 vezes ou mais até o meio do ano?... Sem falar que só quando você está aqui eu
me atraso...”
– Hehehe... Foi mal, não tenho dormido direito ultimamente...
– Pare de perder tempo no computador e começa a estudar.
Venha, entre.
“Não me diga que meus pais se esbanjaram até para o professor
que eu tenho dois computadores... Isso um dia vai me arranjar problema.”
– Ah, valeu...
Quase duas horas depois, as aulas dele acabam, e depois vem
um professor bem mais amigável, o que está bom para uma segunda de azar.
–Muito bem, acabamos por aqui. Vê se estudam para a prova.
– Ok! – responde 70% da sala, que corresponde a os 70% que
sabem que irão bem na prova e estão otimistas o suficiente para responder em
bom e alto tom.
– E aí, Kev, cê parece deprimido hoje.
– Você acha Trenton?...
– falo olhando para ele com um mínimo de dignidade de dar uma resposta à altura
– Será por que hoje é segunda?
– Eu gostaria de saber – pergunta ele de forma inocente – o
que você tem contra a segunda feira.
– A pergunta da minha vida.
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